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Wave Festival

Mistura latina propõe aprendizado e intercâmbio de ideias

Presidente de júri em Industry Craft, Alessandra Sadock avalia a experiência de troca entre os jurados do Wave

Renato Rogenski
28 de maio de 2019 - 14h29

Alessandra Sadock, diretora de criação da Artplan Rio (Crédito: Eduardo Lopes)

Tarimbada com a experiência de quem foi em 2018 jurada no Cannes Lions, a diretora de criação da Artplan, Alessandra Sadock, chegou ao Wave Festival 2019 mais leve e experimentada, segundo a sua própria concepção. Na premiação brasileira, além de presidente do júri de Industry Craft, a publicitária também está no grupo de profissionais que julga campanhas nas áreas de Print & Publishing, Outdoor e Design. Na entrevista jogo rápido abaixo, Alessandra fala sobre a mistura latina e o intercâmbio de ideias e critérios para julgar as peças, além de uma análise resumida a respeito da relevância do craft na propaganda.

Meio & Mensagem – Como é trabalhar com um júri que tem essa mistura de culturas latinas? Quais são os aprendizados?
Alessandra Sadock – Acho interessante esse mix de América Latina e de Estados Unidos. Há uma variação grande e rica entre cultura e estilo e você percebe isso de forma muito clara, nas preferências, interpretações e defesa de argumentos. Tem coisas, por exemplo, que o bloco latino vota e os brasileiros não. E também há momentos em que nós precisamos explicar o contexto cultural e político, principalmente para traduzir a relevância das peças criadas no Brasil, sobretudo nos trabalhos que guardam muita relação com o que estamos vivendo como país.

Como mensurar o valor do craft em uma campanha?
Eu gosto muito de julgar o craft, de maneira geral, como já havia feito no Cannes Lions no ano passado. Eu dou muito valor a essa categoria, mas também acho que não vale o craft pelo craft. Ele precisa estar associado a uma ideia forte. Ao mesmo tempo, quando você chega na ideia, isso só a metade do caminho. Você tem que gastar também todo o seu repertório, seu conhecimento, suas pesquisas de referência e escolha de linguagem depois. Você chegou na ideia, mas o caminho que você percorre para chegar ao craft é bastante extenso. E isso é muito rico. E nós estamos em um momento muito apertado de dinheiro e prazo, e o craft sofre muito neste contexto. Mesmo sem verba, você pode chegar em um resultado estético que resolve o problema. Mas, mesmo para isso, você precisa de empenho, escolher se vai ser ilustração ou foto, qual é a textura, a luz, enfim. São muitas possibilidades. E um bom craft faz toda a diferença, porque eleva a campanha a outro estágio. Uma boa ideia, com a melhor escolha de craft, pode ser tornar incrível.

Qual a relevância da propaganda latina no contexto global?
A propaganda latina se diferencia pela espontaneidade. A gente se vira e resolve as coisas de um jeito mais divertido e natural. Outros mercados podem até ser mais estruturados em alguns casos, mas a gente tem aqui uma enorme riqueza criativa. Isso sem falar dessa possibilidade de ri de si mesmo, de aproveitar o que está acontecendo e dar uma volta nisso. E essas qualidades estão sendo observadas no mundo inteiro. Nunca vimos tanta gente saindo para agências internacionais. Hoje tenho amigos trabalhando no mundo inteiro. Essa evasão por um lado pode ser chata, mas é na verdade uma valorização do profissional brasileiro. Quem tem ido, também tem se dado muito bem, muito por conta por conta desse jogo de cintura, a criatividade, e essa facilidade de resolver as coisas com o que tem na mão.

O que o Wave sinaliza para o Cannes Lions?
É um festival importante, que vem logo antes de Cannes. E a gente já inscreve coisas aqui para testar como a campanha vai se sair com relação ao público e ao júri. Como jurada, pude estar em Cannes em 2018, com toda a pressão de um grande festival global, e agora estou vivenciando o Wave de uma forma mais leve e tranquila, aqui na minha casa, que é o Rio de Janeiro.

Como está o mercado carioca e a operação da Artplan no Rio?
São duas coisas diferentes. O mercado no Rio de Janeiro não está em momento muito bom, como o mercado de propaganda no Brasil em geral. Não é um período fácil, com a crise econômica e outras discussões de relevância que precisam ser resolvidas. Mas a Artplan, por outro lado, está se consolidando. Sempre foi uma agência muito boa, com uma história muito vitoriosa, e que nos últimos tempos tem ganhado uma consistência muito grande, além do investimento em criatividade, trabalhos legais, inovação e uma vontade muito grande de descobrir formatos, experimentar coisas.

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