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Wave Festival

Salles Neto relembra os bastidores da criação do Wave

Presidente do Grupo Meio & Mensagem destaca o fato dos jurados trabalharem juntos no Copacabana Palace, desde a primeira edição

Teresa Levin
19 de abril de 2017 - 17h37

 

Salles Neto (crédito: arquivo M&M)

Salles Neto (crédito: arquivo M&M)

Salles Neto, presidente do Grupo Meio & Mensagem, relembra os bastidores da criação do Wave Festival há dez anos. Com o objetivo de implementar uma marca forte na América Latina, ele detalha o trabalho que vem sendo feito de forma consistente para levar a repercussão do evento a diversos cantos do mundo e aproveita para comentar os desafios que o Wave tem pela frente.

Meio & Mensagem — Qual foi o objetivo do grupo ao criar o Wave Festival?

Salles Neto — Criar um festival que conseguisse a oportunidade de ocupar um espaço relevante no mercado, destacando o que há de mais importante na área de criação na América Latina. No começo, inclusive, era só América Latina, não tinha os Estados Unidos, que só entrou depois (em 2013), até a pedidos do grupo de criativos de agências de língua espanhola no mercado americano, que convocou uma reunião conosco solicitando que o Wave abrisse as portas para eles. Entendíamos que nenhum dos festivais existentes na América Latina tinha uma marca forte, que realmente engrandecesse as empresas premiadas, assim como faz o Festival Internacional de Criatividade de Cannes. Existiam espaços para ocuparmos. E o Brasil é o país mais importante da América Latina, quando se fala em indústria da comunicação, não só pelo aspecto criativo, mas também pelo volume de dinheiro que gira neste negócio. Fizemos um planejamento para o lançamento do Wave, com um modelo muito parecido com o de Cannes. A ideia era não inventar a roda, mas criar um diferencial importante em relação aos festivais da região. No Wave, os jurados trabalham reunidos. Já em outros festivais que envolvem países de língua portuguesa e espanhola, o julgamento é remoto, feito via internet. O Wave reúne os profissionais e promove um debate, com uma análise mais criteriosa.

M&M — Depois de dez anos, qual sua avaliação sobre o evento?

Salles Neto — Ele vem se transformando ano a ano, principalmente na sua imagem perante o mercado global, ocupando um espaço destacado. É um trabalho de formiga, de desenvolvimento. E não só no Brasil, envolve todos os paí­ses da América Latina e os Estados Unidos. Paulatinamente, criamos o que almejamos desde o princípio, que é ser o número 1 entre os festivais latino-americanos. Isso é importante não só para nós, que somos os realizadores do evento, mas também para a indústria da comunicação na América Latina como um todo. O que buscamos é uma premiação que tenha reconhecimento internacional. Tanto que fazemos o book do Wave para distribuirmos em Cannes, para que todos tomem conhecimento do que está sendo feito de relevante na nossa região. Também temos um acordo com a Advertising Age desde a primeira edição. Desta forma, há uma boa divulgação nos Estados Unidos, não só em anúncios, mas com o resultado do que foi premiado. Também tivemos desde os primeiros anos a presença do Donald Gunn, que faz o Gunn Report, um projeto reconhecido em todo o mundo. Temos feito um esforço grande para que o Wave tenha uma projeção internacional. Isso tem um valor muito grande para quem participa, ganha prêmios e está presente no festival. Em paralelo, fazemos seminários desde a primeira edição, com profissionais de destaque internacional. É um trabalho de mostrar não só o que existe de melhor na América Latina, mas também de debater temas que são relevantes para a indústria da comunicação, principalmente na área criativa, em todo o mundo. Esta é a missão do Wave, que o Grupo Meio & Mensagem leva muito a sério, porque entendemos a dificuldade de criar uma marca que tem reconhecimento internacional.

M&M — Quais os desafios do festival para o futuro?

Salles Neto — A grande questão que temos à frente é acompanhar as transformações que estão se consolidando no mundo da comunicação. Este talvez seja o segmento da economia que hoje mais sofre com transformações, com uma velocidade muito grande, não só pelo advento do mundo digital, que provocou grandes mudanças no comportamento do mercado e na maneira de trabalhar com o consumidor. Um festival com o Wave tem de tentar acompanhar isso, estar up to date com aquilo que passa a ser relevante para essa indústria. Até um tempinho atrás, um ou dois anos, quase não se comentava de mobile. De repente o mobile virou um negócio fundamental dentro do processo de comunicação e o festival tem de acompanhar isso, estar atualizado. Têm os jogos do mundo digital, ali têm marcas, produtos, é uma tentativa nova de se relacionar com o consumidor. Algumas vezes temos de incluir estas categorias nas que já existem ou abrir processos novos de avaliação dentro do festival. No fundo, o grande desafio é entender essas mudanças que estão ocorrendo e ver quais são relevantes e devem ser avaliadas com mais cuidado a cada ano para serem incluídas no Wave.

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