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Wave Festival

Histórias que o povo conta

Maurício de Sousa aponta a vida real como maior fonte de inspiração para a criação de seus personagens

Bárbara Sacchitiello
7 de abril de 2017 - 14h34

mauricio de sousa waveA indústria da comunicação pode ter diferentes campos de atuação e se renovar de tempos em tempos para abarcar as novas tecnologias e hábitos da sociedade. Seu alicerce, no entanto, permanece imutável e se sobrepõe a qualquer transformação: comunicar nada mais é do que contar histórias.

Uma das principais atrações dos seminários do Wave Festival, o cartunista e empresário Maurício de Sousa, que há mais de 50 anos cria histórias que já se incorporaram ao imaginário de diferentes gerações, deu uma dica aparentemente simples para quem atua no mercado. “Para criar, é preciso abrir os olhos, a mente e o coração”. A mesma simplicidade é usada para demonstrar ao público o quanto é imprescindível ter uma identificação plena com a arte de contar histórias. “O que faço, hoje, é aquilo que sonhava em fazer desde criança. Sempre quis contar histórias e sonhei com o trabalho que tenho”, resume.

Entrevistado pelo líder da área de criação da Accenture Interactive, Eco Moliterno – que também é cartunista – e ao lado da filha, Monica Silva – inspiradora da mais emblemática de suas personagens –, Maurício falou sobre a concepção da Turma da Mônica como quem, de fato, participa de uma brincadeira de criança. A leveza nos traços e nas atitudes da turminha é a mesma com a qual o artista lida, atualmente, com a indústria de entretenimento criada em torno de seu nome. Além das tirinhas, gibis e almanaques, a Turma da Mônica virou roupas, calçados, brinquedos, alimentos e, em breve, filme. Em 2018, junto com a Bossa Nova Films, a Maurício de Sousa Produções levará à telona o live action da Turma da Mônica Jovem e também um longa com a turminha, interpretada por crianças. “Em breve começaremos a busca pelos atores. Aqui mesmo já estou vendo várias pessoas parecidas com a Mônica e com o Cebolinha”, brincou Maurício.

Questionado por Eco sobre a relação comercial que construiu com diversas marcas, Maurício frisou que, mesmo na questão publicitária, o storytelling sempre foi prioridade. Foi essa lógica que usou para construir o Jotalhão, ícone do extrato de tomate Elefante, da Cica, e também quando lançou a linha de frutas.

Detentor de uma mente fértil, Maurício não deixa de atribuir à realidade o crédito de sua grande fonte de inspiração. Segundo ele, observar as pessoas e os comportamentos é a atividade mais importante para quem se propõe a contar histórias. “O Cebolinha e o Cascão, por exemplo, eram meus amigos de infância. São garotos que existiram. A vida real nos fornece muitas ideias que podem ser transformadas em histórias”, diz.

Para quem já influencia a imaginação de crianças, pais e avós, haveria, ainda, mais histórias a serem contadas? “Sempre há. Eu, com meus 81 aninhos, me permito ter planos. Enquanto estivermos saudáveis e com as faculdades mentais em dia, é possível fazer e criar muito”, encerrou.

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