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Wave Festival

Agências vs consultorias: a hora da revanche

Executivos da R/GA afirmam que a criatividade é o caminho para as agências invadirem o território das consultorias

Jonas Furtado
5 de abril de 2017 - 18h27

Saneel Radia wave 2017

Saneel Radia, chefe global de Business Transformation da R/GA

Uma das grandes ameaças atuais tanto para as receitas quanto para a percepção de relevância das agências são as consultorias. O avanço de empresas de fora do mercado tradicional sobre verbas historicamente destinadas à publicidade parece estar apenas começando – mas, olha só!, já tem gente preparada não apenas para dar o troco, como para avançar sobre territórios hoje dominados pelas consultorias.

“Acreditamos que as agências podem causar uma verdadeira disrupção no negócio das consultorias. É preciso ganhar a confiança dos clientes para aplicar nossas habilidades criativas de realização para resolver grandes problemas diretamente relacionado aos negócios. Precisamos ser um novo modelo de consultoria, que põe a mão na massa e faz coisas de verdade”, afirmou Saneel Radia, chefe global de Business Transformation da R/GA, durante o painel “Criatividade em Business Transformation”, realizado nesta quarta-feira 5, no Wave Festival. Ele dividiu o palco com o executivo-chefe da R/GA no Brasil, Fabiano Coura.

A crença de Radia parte do princípio que os talentos criativos das agências de publicidade têm habilidades singulares que os qualificam para direcionar e promover inovação e transformação nos clientes. Em sua visão, geralmente os profissionais de consultorias têm perfis e experiências passadas semelhantes às das equipes das empresas para as quais trabalham – o que, por si só, já é uma grande barreira para a verdadeira inovação acontecer.

“Qual o benefício de contratar uma consultoria que pensa igual a você, quando a intenção é inovar, fazer algo novo, diferente?”, questionou.

Coura lembrou que a própria origem da indústria da publicidade está intimamente ligada à geração de maiores receitas. “Existe apenas um único motivo pelo qual as empresas precisam da gente: para ajudar a crescer seus negócios. Fomos criados para apoiar marcas a se relacionarem com os consumidores e clientes”, ressaltou.  Para o executivo, a capacidade criativa das agências pode gerar oportunidades muito maiores do que apenas na condução da comunicação dos clientes. “A criatividade pode gerar grandes resultados na definição da visão da companhia e do modelo de negócios; no uso da tecnologia; e para capturar novos comportamentos e criar novos mercados.”

Remuneração

Radia criticou a forma como as agências de publicidade são remuneradas por projetos que não envolvem a compra de mídia, nos quais tradicionalmente os pagamentos são feitos em cima das horas dedicadas de trabalho.

“Temos que receber por coisas que fizemos e não pelo tempo dedicado. É o valor que entregaremos que determina o preço. Se um cliente me der um trabalho para ser feito em três semanas em vez de oito semanas, o projeto não tem que ficar mais barato. Pelo contrário: esse trabalho deve ser ainda mais valorizado.”

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